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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Fã, nunca mais!

Nas “décadas de 73 à 76”, havia uma campanha muito grande para que as grandes empresas transferissem suas sedes para a nova capital do país. Meu tio trabalhava, aqui no Rio, na EBCT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Com a mudança da sede da EBCT para Brasília, ele, minha tia e minha avó tiveram que se mudar também. Em janeiro de 75, aproveitando as férias, fui conhecer a famosa capital. Estranhei muito. A cidade era povoada por estrangeiros dos países de cima: Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Piauí... Era uma Torre de Babel. Nós, oriundos dos países baixos, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, estranhávamos muito. Em Brasília não havia esquina. Que dificuldade para marcarmos algum encontro. E os endereços! CLS-209 ou SCRN-704. De vez em quando eu trocava as letras do meu endereço. Eles moravam na QI-11, BL B, 201, Guará 1 ou seja, Quadra Interna 11, Bloco B, apartamento 201, e às vezes eu ia parar na quadra externa. Coisas do Niemeyer.
Vocês perceberam o ano que eu estava em Brasília? 1975?!. No auge da Ditadura Militar. O SNI – Serviço Nacional de Informações mandava em tudo e em todos. Ai daqueles que falassem mal dos “fardados”. Passeatas! Manifestações! Nem pensar.
A minha tia, esperta, para me convencer a ficar mais algum tempo com eles em Brasília, conseguiu um emprego para mim e de quebra desceu de pára-quedas uma namorada (ela está perdida em uma dessas postagens anteriores). Acabei criando um grupo musical e tocávamos nas missas de domingo na igreja que ficava perto de casa. O Grupo Sopro & Cordas. Eu na viola de 12 cordas, Mapion no violão, Lonsel na flauta doce e Mitai do Josus (é mulher) no canto. Além disso acabei arrumando um encrenca daquelas presidindo a Primeira Arena Jovem de Brasília.
O Mapion, com o seu charme, acabou arrumando uma “fã” que ficou apaixonada por ele. Esta fã era filha de um Deputado Federal. Um belo dia ela nos convidou para irmos “curtir” uma seresta no Clube do Congresso (acho que era este o nome) que ficava lá pela Asa Sul (acho que ficava por ali). O Clube estava lotado. Em uma bela mesa estavamos nós quatro, a paquera do Mapion e seus pais. Para fazer “média” com o Mapion, a filha... do Deputado, avisou os anfitriões que nós estávamos lá. Pronto! Lá vou eu aprontar mais uma. Fomos convidados para tocar uma música para aquela “seletíssima” platéia. O Mapion virou para mim e perguntou que música que iríamos tocar e para o seu espanto eu comecei a tocar, ao vivo e a cores, a música Pra Não Dizer Que Eu Não Falei Das Flores, de Geraldo Vandré, que logo após ter cantado esta música no Festival da Música Popular Brasileira, ganhou uma passagem só de ida para os Estados Unidos paga pelo governo para se encontrar com Gilberto Gil, Caetano e outros imortais. Sob um silêncio silencioso, cantamos a música, fomos embora e a paquera do Mapion deve ter levado uma surra daquelas porque nunca mais apareceu na igreja. Ainda bem que não foi preciso mudarmos para os “steites”.
Para os meus blogueiros “velhinhos”, nunca se esqueçam. E para os “novinhos”, conheçam.

Um comentário:

  1. que ahazooooo.

    eu conheço essa musica, nem sou velhinho.... =)
    é bonita sim!

    só história...

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