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terça-feira, 22 de junho de 2010

"enchendo o saco"

Como vocês já sabem eu fui adotado quando tinha 3 anos de idade. Meu pai era solteiro, ex-combatente e policial. É claro que a minha educação foi bem rígida, por parte dele. Ainda bem que eu tinha vovó para aliviar um pouco.
Como todo “bom” garoto, eu, quase todo dia, aprontava alguma, ou na rua, ou em casa, ou na escola. E quando isso acontecia, papai falava:
-Você está “enchendo o saco”.
Não é o encher o saco que vocês estão pensando. É encher um saco de verdade, ou, como se fosse de verdade. Eu aprontava aqui... enchia o saco ali. Eu aprontava ali... lá ia eu encher mais um pouquinho o saco aqui. E assim passavam os dias, segunda, terça... (enchendo o saco) até chegar o fatídico domingo.
Acordava cedo, tomava aquele banho caprichado, colocava a roupa de domingo (naquele tempo tinha roupa de domingo). Eu e papai íamos a missa na Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, em Santa Rosa, de carro (era um dkw-vemag – êta memória!). Olha ele aí minha gente!
Confesso que eu não entendia nada que o padre falava. Também, a missa era em latim!
Depois da missa nós íamos no centro de Niterói. Eu gostava muito era de comer aqueles deliciosos salgadinhos da Padaria Pão Quente que ficava na rua da praia (Rua Visconde do Rio Branco). Era um passeio “bem legal”. Depois voltávamos para casa para almoçarmos (vovó preparava cada comida! Hummm!). Depois do almoço papai tirava um sonequinha e depois da sonequinha...
- Paulinho? Cadê você?
Pronto. Lá se foi o passeio, os salgadinhos.
- Paulinho? Vem aqui pra sala que eu estou te esperando!
Era a hora do acerto de contas, ou pior, de esvaziar o saco.
Vejam no mapa abaixo.
Eu sentava no sofá grande da sala, papai sentava numa cadeira na porta do meu quarto (quarto 2), com uma vara de marmelo nas mãos (ardia e não deixava marcas).
Como funcionava o tal esvaziamento: papai contava até 10 para me dar uma (só uma) varada, mas eu tinha que sair do sofá, passar pertinho dele, entrar no meu quarto e deitar de bruços na cama. Moral da estória... quando já estava na décima, vigésima ou mais varadas, é que eu tomava coragem para ir para o meu quarto. E ele dava todas, sempre mirando nas pernas, quer dizer, na perna.
Aconteceu um dia que eu deveria levar 23 varadas. Quando estava levando a décima, meus tios e primos chegaram para nos visitar. Que alegria! Que felicidade! Desta eu escapei! Escapei? Vocês é que pensam. Quando os meus primos saíram papai falou:
- Paulinho, faltam 13.
Vocês podem estar achando que meu pai era um doente, um sádico. Nada disso. Papai era muito inteligente e controlava bem suas emoções. No começo eu falei que ele era ex-combatente e policial. Vocês já imaginaram o que seria de mim se ele me pegasse de jeito na hora da raiva, na hora que eu estivesse aprontando alguma?
Deus me livre! O que seria de mim?!
Na próxima matéria vocês conhecerão a “mão boba”.

2 comentários:

  1. GENTEEEEE QUE RARIDADE, SEU PAI AINDA TINHA CARRO E EU ANDAVA DE BONDE RSRSRS

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  2. =D

    uahuahauahuaahuahua vc só aprontava hein muleque........

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