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quinta-feira, 24 de junho de 2010

“mão boba”

Papai tinha um péssimo hábito de acompanhar pela TV (P&B) um seriado de terror com Boris Karloff. Estes seriados, é claro, só passavam a noite. Papai colocava a televisão no volume alto e quando as cenas eram só musicadas, sem as vozes dos artistas, papai começava a fingir que estava com medo e ficava me pedindo socorro. Eu, corajoso feito não sei o quê, ficava debaixo dos lençóis na minha cama gritando para que ele parasse de me chamar. E papai sempre me dava bronca, dizendo que eu não devia ter medo, que era só um filme, etc, etc, etc.
Certa noite papai ficou de plantão na delegacia, e eu resolvi enfrentar e acabar com este medo de ver filmes de terror. Vocês nem imaginam como essa estória acabou.
Reparem a minha maravilhosa planta baixa:
Eu estava sentado na cadeira (sala de jantar) bem pertinho da televisão. Todas as luzes da casa estavam apagadas (era para dar o clima... entenderam?). E aí, começou a “droga” do filme. O seriado começava sempre com uma voz fúnebre dizendo: -Essa é mais uma estória de Boris Karloff! Eu me arrepio até hoje só de lembrar. Mas, continuemos com a minha prova de coragem. Estava eu, nada tranquilo, vendo o filme quando, sem mais nem menos, a televisão se suicidou (desligou sozinha). Rapidamente escondi minha cara na mesa. Segundos depois... a TV ressuscitou (ligou sozinha). Comecei a sentir que essa minha odisséia não iria ter um final feliz. De repente... de novo... a TV desligou e depois ligou. Quando esse vai e vem se repetiu pela terceira vez eu abri um “berreiro” e comecei a gritar pelo meu pai. Advinha quem apareceu rapidinho para me socorrer? Ele... o meu pai. Não era uma grande coincidência? Eu grito e ele aparece.
Agora, eu vou contar como foi a mágica do aparecimento dele.
Olhem bem para a minha querida e tão bem desenhada plantinha. Na sala de visitas tem a palavra “entrada”. É a porta de casa (eu não consegui desenha-la, por isso escrevi). Papai voltou mais cedo do plantão e quando entrou pela “entrada”, e é claro que só poderia ser pela “entrada”, ouviu a televisão ligada. Então, ele foi se aproximando bem devagar (como já dizia o grande poeta Zeca Pagodinho) e parou na "passagem" (aqui é passagem mesmo, não havia porta). Ele conseguia me ver, mas eu não, por causa da claridade da televisão. O que ele fez então? Esticou a “mão boba” e “clique”, desligava, “clique”, ligava a televisão.
Depois as minhas filhas não entendem por que eu odeio filmes de terror.
Errar é humano, mas persistir no erro.... E eu tentei novamente. Leiam na próxima matéria.

Um comentário:

  1. amigo eu também não vejo filmes de terror, não fique tão traumatizado, você não é o unico a ter medo.

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