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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Perna?! Pra quê?

De vez em quando... quase sempre, alguém me pergunta por que eu não uso uma perna mecânica.
Vou tentar explicar o motivo de não usar uma perna mecânica, ou melhor, de não ter me adaptado a ela, ou ela a mim, tanto faz.
A minha perna direita, a atrofiada (coitadinha!!!), tem uma saliente curvatura no joelho. Depois de três fraturas (vocês já leram sobre os meus tombos), surgiu a idéia de amputá-la na altura do pé eqüino (vocês já foram apresentados a ele) que fica na altura do meu joelho da perna esquerda, a boa (não é a cerveja). Primeiro problema: mantinha a curvatura ou não (desarticulação) do meu joelho? Optei por não desarticular o joelho, e foi aí que começou a dar tudo errado. A amputação foi um sucesso, mas, veio a tal da “dor fantasma” (e eu adoro fantasma!). Sentia cócegas no pé, os dedinhos trepavam (no bom sentido) e de vez em quando achava que tinha quebrado o pé, de novo, sem mais nem menos. E aí, apareceu a famosa perna mecânica - órtese tipo tutor longo - muito parecida com esta da foto. Naquele tempo era uma maravilha, top de linha e do bolso também.
Como eu usava a tal perna? Primeiro eu colocava um meia grossa, muito grossa, mas muito grossa, no coto (para não feri-lo), depois eu colocava a cueca (óbvio) e por cima, um short (é óbvio???), depois eu colocava a perna mecânica e por último a calça comprida (essa é óbvio mesmo). Mas esperem aí, vamos recapitular. Vocês se lembram que eu optei por não desarticular o joelho. Pois é, o meu joelho ficava esticado e amarrado dentro da perna mecânica «o meu coto ficava todo dentro da coxa da perna mecânica». Conseguiram entender ou vou ter que explicar melhor? Imaginem como ficava o meu joelho depois de algum tempo amarrado e esticado. Doía e latejava muito. Além da dor, vinham como brindes o desconforto e alguns “apuros”. Uma vez fui ao banheiro da empresa para fazer... xixisis, só xixisis, nada mais que xixisis. Quando estava em pé, de frente ao vaso e pronto para banha-lo, os cadarços da perna mecânica se desfizeram, a “perna caiu” e eu me molhei todo. Outra vez foi quando estava subindo os degraus do ônibus. O pé de borracha da perna mecânica bateu “no teto” do primeiro degrau e a perna... Tive que sentar no meio fio, tirar a calça comprida (ainda bem que estava de short, de cueca e com aquela meia grossa, muito grossa, mas muito grossa) e colocar, de novo, a maravilhosa perna mecânica.
Comecei a pensar em tão com os meus botões: “eu sempre fiz tudo que queria, que podia e que não podia, sem a droga da perna mecânica, então pra quê ficar sentindo dores e incômodos? Pra ficar mais bonito do que já sou?” Adios perna (a mecânica).
Há! Eu já ia me esquecendo. A empregada da minha madrasta, arrumando a casa, colocou a perna mecânica encostada na parede da sala (sei lá porque), esqueceu, e a cortina tampou a perna. Algum tempo depois, quem aparece para nos fazer uma visita? Minha querida vovó. Quando ela viu uma perna atrás da cortina...

Um comentário:

  1. "Pra ficar mais bonito do que já sou?" Realmente, seria uma concorrência hiper desleal para todos.... =)

    Essa perna faz parecer que a pessoa é desequilibrada, é esquisito....
    Ainda bem que estás bem sem ela e que não tem mais dores fantasma!

    Abraço

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